Elaboramos uma postagem sobre a economia do Recôncavo baiano durante sua colonização; o uso de mão-de-obra escrava na região, bem como a formação de Quilombos. Além disso, apresentaremos informações sobre as comunidades quilombolas que existiram em Salvador e suas respectivas inflências na atualidade.
Durante seu histórico, Salvador foi a porta de entrada de milhares de africanos escravizados que eram trazidos para trabalhar nos engenhos açucareiros, os quais incorporaram seus costumes ao território deixando assim heranças profundas na região brasileira. Dentre essas marcas fortemente deixadas pelos escravizados, destacamos uma – os quilombos.
Como forma
de rebelar-se contra a instituição escravista na qual estavam submetidos e
também para ter um local onde pudessem cultivar a sua cultura, surgiram os quilombos.
A região soteropolitana resguardava, assim, áreas quilombolas remanescentes que
posteriormente deram origem a importantes bairros. Segundo historiadores, em Salvador, eles existiram em áreas onde hoje se
localizam bairros como Cajazeiras, Pirajá, Itapuã, Matatu e Alto da Sereia. A
herança de organização e luta também está presente em bairros que são
considerados territórios culturais negros, tanto pela manutenção de tradições
quanto pela organização dos seus moradores, como Candeal, Curuzu e Calabar.
A definição de quais são as áreas
remanescentes de quilombos é um tema polêmico entre os especialistas. Segundo o
historiador João Reis, um dos maiores especialistas do país em estudos sobre
revoltas negras, em Salvador, por exemplo, até hoje só foram encontrados
documentos que confirmam duas áreas como locais onde existiram quilombos: o
Quilombo do Urubu, entre Pirajá e Cabula, e o Quilombo do Buraco do Tatu, em Itapuã.
Ele também afirma que as regiões de Mares e Cabula foram apontadas pelo
governador da Bahia, no século XVIII, como região de escravos fugitivos.
Outros
pesquisadores afirmam que algumas regiões só podem ser consideradas como áreas
remanescentes de quilombos devido à sua formação atual, como as regiões de
Candeal, Curuzu, Calabar e Alto da Sereia, que possuem atualmente forte
presença de afrodescendentes, mostrando um indício desse fato. Outras regiões
são o bairro do Cabula, Pirajá, Parque São Bartolomeu, e o Quilombo do Buraco
do Tatu, situado entre Cajazeiras e Itapuã, dentre outras áreas.
A
herança dessas formações para a atual cidade de Salvador se encontra na
organização das comunidades soteropolitanas, assim como na presença de
elementos culturais remanescentes, como ocorre em Cajazeiras, onde o bloco de
carnaval “Filhos do Congo” foi eleito o melhor bloco afro do carnaval e a
região de Curuzu que abriga a maior concentração de afrodescendentes da cidade
de Salvador. Além da influência em outras áreas soteropolitanas.
Por: Ana Isabella Giacomosi
O processo de escravidão dos afrodescendentes,apesar de ter sido um regime extremamente penoso para os cativos,esteve muito ligado à construção de importantes centros urbanos,o que é evidenciado na região mineira,onde cidades surgiram através da ocupação dos escravos para a exploração mineral.O surgimento de certos bairros na capital baiana também deriva do mesmo processo - a ocupação de áreas que foram,durante a época colonial,região de quilombos.Parabéns pelo trabalho do blog!
ResponderExcluir