Dessa postagem em diante, a equipe do Evolução África irá elaborar textos informativos; publicar vídeos, imagens e documentários, cujos temas foram predefinidos pela coordenação do colégio. A postagem a seguir é referente ao fenômeno da diáspora ocorrido durante o Tráfico Negreiro.
..................................................................................................................................................................................
Em termos gerais, diáspora pode significar a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo. Essa expressão é geralmente utilizada para designar a disseminação dos hebreus no mundo antigo. No entanto, o objetivo desse texto é debater sobre esse fenômeno relacionando-o ao Tráfico Negreiro. Posteriormente, abordaremos o retorno dos negros alforriados à terra de seus ancestrais.
O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção
de cana-de-açúcar. Os escravos eram utilizados como mão-de-obra no
Nordeste. Vistos
como um bem material, eles podiam ser trocados, leiloados ou vendidos em
caso de necessidade.
O Tráfico Negreiro, que perdurou do século XVI ao XIX, foi extinto pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850. A escravidão no Brasil, no entanto, teve fim apenas em 1888, com a Lei Áurea.
Durante todo o período escravista, a saudade da terra natal (banzo) e o descontentamento com as condições
de vida impostas eram a principal razão das fugas, revoltas e até mesmo
dos suicídios dos escravos. A “rebeldia” era punida pelos feitores com
torturas que variavam entre chicotadas, privação de alimento e bebida e o
“tronco”. Como forma de verem-se livres desses abusos e, é claro, de reconquistarem a liberdade, o cativos que não fugiam tentavam adquirir sua alforria através do bom comportamento e do trabalho liberal, como as escravas quitandeiras e os artesãos das cidades. Esses negros alforriados, por sua vez, tinham a opção de recomeçarem a vida no Brasil ou de retornarem para o seu continente de origem.
Os Retornados
Com a abolição da escravatura, ou mesmo antes
dela, ex-cativos embarcaram de volta para a África. Os descendentes africanos, ao chegarem ao continente de seus ancestrais, tinham alternativas
limitadas: ou voltavam para a região de origem, ou estabeleciam-se nas cidades
da costa. A primeira solução apresentava muitas dificuldades. As comunidades do
interior tinham conhecido, não raro, a guerra e a violência. Muitos desses
homens haviam partido da África há dezenas de anos, outros tinham nascido no
Brasil. Portanto, o interior era uma aventura incerta.
Outros
formaram na costa africana as comunidades dos retornados brasileiros, que
influenciaram a cultura local com a experiência adquirida em terras
brasileiras. Os retornados da costa dominavam a língua portuguesa, essencial
para o tráfico negreiro, por isso, alguns fizeram fortunas enviando cativos ao
Brasil. Outros tinham habilidades técnicas e exerciam atividades de pedreiros,
alfaiates, barbeiros, ourives, carpinteiros, etc. A tradição aponta os
retornados como os primeiros artesãos “europeus” de Lagos. Os "novos"
africanos, por sua vez, mantinham relações comerciais com a Europa e até com o
Brasil.
Os Retornados, agora enriquecidos comerciantes, constituíam uma comunidade altiva de suas origens. O orgulho de ser “brasileiro” era muito realçado e até hoje encontram-se famílias nigerianas que enfatizam sua origem "brasileira". O português continuou como língua materna até l882, quando os ingleses permitiram apenas o aprendizado de sua língua. Os hábitos alimentares baianos foram perpetuados.
Essas comunidades professavam, ao menos socialmente, a religião católico-romana. Confrarias religiosas e irmandades foram estabelecidas, assim como no Brasil. Tais comunidades, juntamente com a dos nagôs oriundos de Serra Leoa, constituíram a primeira burguesia negra da Nigéria. Um grande número de Retornados empregou-se na administração pública e dedicou-se à vida clerical, pretendendo substituir os ingleses na administração nigeriana.
Os Retornados, agora enriquecidos comerciantes, constituíam uma comunidade altiva de suas origens. O orgulho de ser “brasileiro” era muito realçado e até hoje encontram-se famílias nigerianas que enfatizam sua origem "brasileira". O português continuou como língua materna até l882, quando os ingleses permitiram apenas o aprendizado de sua língua. Os hábitos alimentares baianos foram perpetuados.
Essas comunidades professavam, ao menos socialmente, a religião católico-romana. Confrarias religiosas e irmandades foram estabelecidas, assim como no Brasil. Tais comunidades, juntamente com a dos nagôs oriundos de Serra Leoa, constituíram a primeira burguesia negra da Nigéria. Um grande número de Retornados empregou-se na administração pública e dedicou-se à vida clerical, pretendendo substituir os ingleses na administração nigeriana.
Por: Mariana Santana
FONTES:
Textos de apoio:
Imagens:
A postagem mostra a “vida” dos escravos em geral, ressaltando suas dificuldades em um novo país e a escravidão que era submetido, tais como os castigos, a revolta e etc.
ResponderExcluirMostra também a vida desse negro depois da liberdade, o que exerciam na sociedade e outros. Enfim, excelente post.
Camila