segunda-feira, 30 de julho de 2012

Recôncavo Baiano: Quilombos

Elaboramos uma postagem sobre a economia do Recôncavo baiano durante sua colonização; o uso de mão-de-obra escrava na região, bem como a formação de Quilombos. Além disso, apresentaremos informações sobre as comunidades quilombolas que existiram em Salvador e suas respectivas inflências na atualidade.





Durante seu histórico, Salvador foi a porta de entrada de milhares de africanos escravizados que eram trazidos para trabalhar nos engenhos açucareiros, os quais incorporaram seus costumes ao território deixando assim heranças profundas na região brasileira. Dentre essas marcas fortemente deixadas pelos escravizados, destacamos uma – os quilombos.

Como forma de rebelar-se contra a instituição escravista na qual estavam submetidos e também para ter um local onde pudessem cultivar a sua cultura, surgiram os quilombos. A região soteropolitana resguardava, assim, áreas quilombolas remanescentes que posteriormente deram origem a importantes bairros. Segundo historiadores, em Salvador, eles existiram em áreas onde hoje se localizam bairros como Cajazeiras, Pirajá, Itapuã, Matatu e Alto da Sereia. A herança de organização e luta também está presente em bairros que são considerados territórios culturais negros, tanto pela manutenção de tradições quanto pela organização dos seus moradores, como Candeal, Curuzu e Calabar.
A definição de quais são as áreas remanescentes de quilombos é um tema polêmico entre os especialistas. Segundo o historiador João Reis, um dos maiores especialistas do país em estudos sobre revoltas negras, em Salvador, por exemplo, até hoje só foram encontrados documentos que confirmam duas áreas como locais onde existiram quilombos: o Quilombo do Urubu, entre Pirajá e Cabula, e o Quilombo do Buraco do Tatu, em Itapuã. Ele também afirma que as regiões de Mares e Cabula foram apontadas pelo governador da Bahia, no século XVIII, como região de escravos fugitivos.
Outros pesquisadores afirmam que algumas regiões só podem ser consideradas como áreas remanescentes de quilombos devido à sua formação atual, como as regiões de Candeal, Curuzu, Calabar e Alto da Sereia, que possuem atualmente forte presença de afrodescendentes, mostrando um indício desse fato. Outras regiões são o bairro do Cabula, Pirajá, Parque São Bartolomeu, e o Quilombo do Buraco do Tatu, situado entre Cajazeiras e Itapuã, dentre outras áreas.
A herança dessas formações para a atual cidade de Salvador se encontra na organização das comunidades soteropolitanas, assim como na presença de elementos culturais remanescentes, como ocorre em Cajazeiras, onde o bloco de carnaval “Filhos do Congo” foi eleito o melhor bloco afro do carnaval e a região de Curuzu que abriga a maior concentração de afrodescendentes da cidade de Salvador. Além da influência em outras áreas soteropolitanas.

Por: Ana Isabella Giacomosi

Um comentário:

  1. O processo de escravidão dos afrodescendentes,apesar de ter sido um regime extremamente penoso para os cativos,esteve muito ligado à construção de importantes centros urbanos,o que é evidenciado na região mineira,onde cidades surgiram através da ocupação dos escravos para a exploração mineral.O surgimento de certos bairros na capital baiana também deriva do mesmo processo - a ocupação de áreas que foram,durante a época colonial,região de quilombos.Parabéns pelo trabalho do blog!

    ResponderExcluir