Segue
um artigo sobre as características da mutilação genital feminina, um ritual
praticado em países africanos e do Oriente Médio. Mesmo sendo um costume da
região, a circuncisão evidencia que certas práticas culturais não devem mais
existir nos dias de hoje, tendo em vista o sofrimento que causa para as jovens envolvidas no processo.
MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA: PRÁTICA CULTURAL OU ANIQUILADORA DA DIGNIDADE?
Introdução: Essa prática brutal atinge, diariamente, 6.000 mulheres
em pelo menos 28 países da África (onde, a depender da região, os requintes de
tortura variam de intensidade), alguns países do Oriente Médio (como Iêmen,
Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã), alguns países asiáticos (Índia,
Indonésia e Malásia) e também em algumas comunidades emigrantes nos países
latino-americanos, europeus, no Canadá e nos Estados Unidos.
Justificativas: São inúmeras as justificativas para a prática da
circuncisão feminina. A primeira e mais comum é a tradição, já que esta crença
é absorvida pela população de tal forma que os pais, ao circuncidarem suas
filhas, estão convencidos de que estão fazendo o melhor pra elas. Segundo uma
pesquisa realizada entre mulheres egípcias que sofreram esse tipo de mutilação,
elas não possuíam, em geral, curso superior e suas famílias eram de padrão
socioeconômico baixo.
A segunda e mais usada
justificativa é a religião, particularmente o Islamismo. Outras razões
sustentadas para a manutenção deste ritual são: a preservação da virgindade da
menina até o casamento; a proteção da honra da família e a garantia da
legitimidade dos descendentes; a redução do desejo sexual da mulher,
tornando-se uma esposa mais dócil e menos propensa à promiscuidade
(impossibilitando o orgasmo); a higiene; o fator estético; a aceitação das
jovens como esposas; a questão da saúde; a garantia de fertilidade e a elevação
do status social da mulher.
Procedimento: A
mutilação genital feminina pode ser vista sob três níveis de intensidade. A
mais amena das formas é conhecida como cliteridectomia que consiste na remoção
da pele que se sobrepõe ao clitóris. Nos países onde se faz presente esta
prática, ela é chamada de "Sunnah". A excisão por sua vez é referente
à remoção do clitóris em sua totalidade e ainda dos pequenos lábios.
A mais cruel das mutilações é denominada
infibulação e é composta não apenas pela remoção clitoriana e dos pequenos
lábios como também pela retirada de parte dos grandes lábios, seguida por um
processo de costura das laterais vaginais deixando apenas uma pequena abertura
para a passagem da urina e da menstruação. Em muitos casos, a costura é
substituída pelo suo de espinhos que unem os lábios. Neste caso. a mulher deve
permanecer por até 40 dias com as pernas amarradas.
Os rituais são efetuados muitas vezes sem
anestesia local, usando apenas água fria para intumescer o local. Os
instrumentos usados não são sujeitos a nenhum tipo de esterilização e podem
variar entre tesouras, cacos de vidro, facas, giletes, tampas de latas e
navalhas.
Consequências: O parto realizado por mulheres
vítimas do costume pode ser muito doloroso e complexo, tanto para a mãe quanto
para a criança. A reabertura da vagina, necessária nesta ocasião, pode atingir
o feto de forma fatal, já a não reabertura pode causar cortes que vão da vagina
até o ânus no momento da saída do feto. Os efeitos que surgem dessa ação são
estritamente direcionados à maneira como é praticada: sem higiene ou anestesia.
Dor, hemorragias, febre, tétano, retenção de urina, sangramento nos órgãos
adjacentes; eis alguns dos sintomas mais freqüentes. Podem surgir ainda,
posteriormente, cicatrizes malignas, infecções urológicas crônicas,
complicações obstétricas, obstrução do fluxo menstrual e problemas psicológicos
e sociais.
Somente após a dilatação gradual e dolorosa da
abertura que resta é que se pode ser concebida a primeira relação sexual. Ao
longo do tempo, a mulher pode experimentar infecções pélvicas tão fortes a
ponto de causar bloqueio das trompas de Falópio causando até mesmo
infertilidade.
Proibição: Na Etiópia (um dos países que
lidera o ranking da M.G.F.) o governo extinguiu a prática na sua constituição,
na qual proíbe leis e costumes que venham a oprimir ou causar danos físicos e
mentais às mulheres. Como exemplo, pode ainda ser citada a Costa do Marfim,
onde foi proposta uma lei para banir o ritual. Em 1997, foi decretado pelo
Ministério da Saúde o fim à circuncisão feminina tendo este decreto total apoio
do Conselho Supremo do Egito. É justificável a manutenção desta prática, visto
que esta fere as premissas constitucionais na grande maioria dos países onde
ocorre?
Oportuno se torna dizer que, apesar de todas as
proibições, o costume é praticado com amplo consenso social. Acordos ou
legislações internacionais ainda não são suficientes para derrubar os valores
que estão enraizados nos corpos e nas mentes de milhões de mulheres e homens em
todo o mundo. Por trás deste ritual, existe uma série de razões culturais que
"justificam a legitimidade" da prática. Uma mulher etíope mutilada,
por exemplo, acredita que foi a cirurgia o instrumento que a permitiu casar-se,
ter filhos, etc. Trata-se, portanto, de uma cultura onde a mulher que não é
extirpada, não é aceita e respeitada socialmente.
Para ler o artigo completo, acesse: http://www.webartigos.com/artigos/mutilacao-genital-feminina/13249/
Por: Mariana, nº 20
Por: Mariana, nº 20
Olá, pessoas da J. Existe um filme excelente sobre a mutilação feminina na África. Aqui vai um site onde vocês podem ver um pouco sobre o filme. É baseado em uma história real.
ResponderExcluirhttp://www.adorocinema.com/filmes/filme-138826/
Parabéns pelo blog.
Bárbara