sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mãe


Poema por Oiram Ziul



Mãe Negra que na Savana

Deu-me a luz entre os leões

Sob um rubro pôr-do-sol

Que nossa pele inflama.

Mãe Guerreira, protetora e gentil,

Olhai por teus filhos que sangram

Por entre tuas mãos trêmulas,

Submetidos à condição servil.

Mãe Natureza, selvagem e amável,

Aceitai-nos em teus braços.

Saciando a fome de almas esquecidas

E corpos miseráveis.

Mãe Africana, perdão, mamãe... perdão

Se para longe de ti me levaram,

E na terra de Vera Cruz me forçaram

A silenciar tua voz em meu coração.

Que as chibatadas que lambem minhas costas

Possam servir para despertar a força que plantaste em minh’alma.

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